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Mergulhe na incrível história de Bolshoi, o maior Ballet do mundo

Se você ama dança, certamente já ouviu falar do Ballet Bolshoi. Mas será que conhece a trajetória do grupo russo e sabe por que ele é tão consagrado? Com uma história rica e interessantíssima, hoje, a escola conta com uma única filial no mundo todo e ela fica localizada na cidade de Joinville, em Santa Catarina.

Prepare-se, então, para um mergulho na riquíssima história da maior escola de balé do mundo! Você vai entender a relevância do Bolshoi nos dias de hoje e conhecer um pouco mais sobre a filial no Brasil. Confira!

Primeiros anos do Bolshoi

Em 1776, o russo Pyotr Ouroussoff, patrono das artes na época, e seu associado britânico Michael Maddox fundaram, em Moscou, o Ballet Bolshoi. A maior parte dos integrantes do novo grupo veio de uma escola de dança do orfanato da cidade, que ensaiava desde 1773.

Após diversas apresentações, o grupo passou a integrar a companhia do Teatro Petrovsky — o futuro Teatro Bolshoi —, que foi construído para abrigá-lo. A partir de 1780, ele foi, aos poucos, solidificando seu nome na cena cultural russa.

Porém, o Teatro Petrovsky acabou destruído por um incêndio em 1805 e foi substituído por um edifício sob o controle do Estado, batizado de Teatro Imperial. Em 1812, a história se repetiu: durante a invasão francesa a Moscou, o teatro foi derrubado pelo fogo. Em 1825, foi reconstruído com o nome que conhecemos e admiramos até hoje: Teatro Bolshoi.

Consagração

No início da sua história, o Ballet Bolshoi sofreu com a competição de outras escolas de peso da Rússia, como a do então Ballet Imperial Russo — atual Ballet Mariinsky. Ainda assim, foi capaz de dar os primeiros passos para sua consagração mundial.

Na segunda metade do século 19, o Bolshoi encenou espetáculos fundamentais para a história da dança, montados por aquele que é considerado o “pai do balé clássico” e um dos principais coreógrafos de todos os tempos: Marius Petipa. O bailarino franco-russo foi responsável por apresentações como Dom Quixote (1869).

Petipa tinha um estilo de trabalho bastante exigente e primava pela grandiosidade e o virtuosismo técnico, cobrando muita intensidade dramática dos seus pupilos. Desse período, destacam-se bailarinas como Yekaterina Geltzer.

Mudanças

Uma grande virada veio em 1900, quando o russo Alexander Gorsky foi escolhido como novo mestre de balé da escola. Gorsky conseguiu dar novos ares aos espetáculos de Petipa — como em O Lago dos Cisnes (1901) e La Fille Mal Gardee (1903) —, ao mesmo tempo em que desenvolveu uma identidade única para o Bolshoi.

Em 1918, após a Revolução Russa, Moscou se tornou capital do país, e o Ballet Bolshoi passou a receber mais incentivo do governo. Assim, foi capaz de investir nas montagens, em seus novos talentos e na contratação de melhores bailarinos, projetando grandes estrelas, como Leonid Lavrovsky, Anastasia Abramova e Sofia Golovkina.

Bolshoi no Brasil

Única filial do teatro no mundo todo, no Brasil a escola funciona desde o dia 15 de março de 2000 e proporciona a formação de artistas na área da dança. Com aulas de balé que utilizam a metodologia Vaganova no currículo, além de aulas complementares e danças contemporâneas, aceita alunos de todos os estados do país e do exterior.

Tudo começou quando, em 1996, a companhia russa realizou uma turnê pelo Brasil e a cidade de Joinville foi inclusa na rota. O espetáculo programado aconteceu no 14° Festival de Dança, e os russos ficaram impressionados com a receptividade do público e com a empolgação da cidade em relação à arte da dança. Depois desse acontecimento, começaram a esboçar propostas para que uma unidade da escola fosse instalada no país.

Sem fins lucrativos, a escola, preocupada em manter um compromisso social, concede 100% de bolsas de estudo aos seus alunos e oferece vários benefícios. Todos os anos acontece uma seleção para a escolha de novos bailarinos para o curso básico e para o técnico de dança clássica. Para isso, há o apoio da Prefeitura de Joinville, e a escola é mantida pelo Governo do Estado de Santa Catarina e por uma instituição conhecida como “Amigos do Bolshoi”.

Para conseguir uma vaga, existem pré-seleções feitas em algumas partes do país com datas definidas, e as audições com os selecionados acontecem na própria instituição. Nessa parte, são disponibilizadas algumas vagas femininas e masculinas e são preenchidas de acordo com a disponibilidade de cada ano.

Localização e estrutura

Situada em uma ampla área de 6 mil metros quadrados anexada ao Centreventos Cau Hansen, a escola conta com dezenas de professores, colaboradores e bailarinos profissionais para auxiliar na missão de formar artistas cidadãos, divulgar a instituição por meio da arte e fomentar a dança no Brasil.

Com uma estrutura completa, o complexo é o espaço ideal para abrigar a vontade e dedicação de passar adiante o ensino da dança e a formação de bailarinos. As instalações incluem 10 estúdios de piano e percussão, 6 vestiários, 12 salas para aulas de balé com piso especial e uma biblioteca com laboratório de informática.

O local ainda conta com um ateliê, 2 salas para aulas teóricas, um laboratório cênico, uma sala de ginástica, um núcleo de saúde e 3 espaços culturais. Além disso, também disponibiliza uma cantina e espaços administrativos.

Cursos oferecidos

Na instituição, os cursos são divididos em 4 categorias: workshops, vivência, cursos de verão e cursos de inverno. A programação costuma mudar a cada ano, com apresentação de novas técnicas e apresentações especiais, mas os alunos estudam, geralmente, 8 horas por dia por 6 dias na semana.

Um dos cursos oferecidos frequentemente é o com metodologia Vaganova. Nas aulas, são ministradas as técnicas de cada série, passo a passo. Mais de 400 cursistas conseguem participar e contam com o auxílio de professores brasileiros e russos.

Importância na atualidade

Ao longo do século 20, a excelência do Bolshoi só aumentou. Considerado bastante exigente, o grupo selecionava de maneira criteriosa cada um dos seus dançarinos — o que garantia, em boa parte, a qualidade dos espetáculos assistidos por grandes públicos.

Nos dias de hoje, o seu prestígio permanece intacto, tanto que se trata da escola de balé mais conhecida em todo o mundo. Com uma intensa agenda mensal, o grupo encena desde clássicos, como Ivan, o Terrível (1975), até montagens contemporâneas, como Um Herói do Nosso Tempo (2015). Vale conferir! Atualmente, ele conta com novos talentos como Ekaterina Krysanova e Semyon Chudin.

A importância do Ballet Bolshoi é amplamente reconhecida. Em seu país de origem, o grupo ajudou a consolidar, com sua arte, o que seria a identidade russa. Em um período de turbulência (especialmente com a Revolução Bolchevique), o Bolshoi buscou se afastar, aos poucos, da influência da França na montagem de seus espetáculos, privilegiando temas, histórias e estilos próprios da Rússia.

Ao atingir a excelência, o Bolshoi se tornou uma referência para o balé do mundo todo. Seu estilo vigoroso, de grande apuro técnico e capaz de misturar drama com espetáculos vistosos serve de exemplo para escolas de todo o planeta, desde o fim do século 19 até hoje!

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